Hoje, sábado de chuva faremos uma viagem sobre os dormentes do Boogie Woogie, iremos até os Alpes suíços
ouvir o “iodeley” e desceremos novamente para a África incorporando seus
rituais hereges de vudu em prol do Rock and Roll. Tomem seus lugares (e fones
de ouvido, obviamente).
No final dos anos 40 no oeste dos
Estados Unidos, Bob Wills and his Texas Playboys criaram um conjunto cuja
formação básica era: rabeca, guitarra elétrica, baixo, bateria, steel guitar,
piano e sax tenor; ao mesmo tempo Hank Williams cantava todas as experiências e
emoções do cotidiano das pessoas comuns incluindo relatos sobre amores
perdidos, infidelidade sexual e bebedeiras. No início da década de 1950 alguns
jovens inspirados por Williams incorporaram “a batida” na autêntica música Country dando origem ao Rockabilly - uma síntese entre O Country, Blues e R&B com violão, guitarra, baixo, bateria e voz – e estava
pronto mais um elemento que formaria o Rock.
O Gospel teve início por volta de 1800 onde negros já cantavam hinos
protestantes europeus a seu modo – incluindo a blue note – e transformando esses hinos brancos em canções
religiosas negras. Essas canções foram chamadas de “Palavra de Deus” ou em
inglês, “Godspeel” que por uma deturpação acabaram sendo chamadas de Gospel. Além de serem acompanhadas de
piano ou órgão nas igrejas muitas vezes alguém cantava solo ou usava o esquema
de chamada e resposta onde a congregação respondia. Eram frequentemente
incorporados nesses cultos de adoração ao Senhor gritos e gestos exaltados com
raízes nos rituais de vudu e também com um inglês denominado “black english”.
A influência jazzística se deu pelo
estilo chamado Boogie Woogie. Derivado
do Ragtime, o Boogie Woogie foi o estilo que mais contribuiu diretamente com o Rock. Um estilo simplificado,
virtuosístico e cheio de espaços para improvisação seu nome vem de “bogey” que
quer dizer espírito e, “woogie” que são os dormentes que unem os trilhos de uma
ferrovia – representados musicalmente pela marcação furiosa em semínimas que lembra
muito o barulho de um trem.
Seu maior representante e aspirante
a rei do Rock foi Fats Domino, um
pianista de New Orleans
que iniciou seus estudos aos nove anos de idade com seu tio guitarrista de Jazz. Apesar de ser considerado um
artista de R&B seu estilo de
tocar piano foi influenciado por músicos como
Meade Lux Lewis, Albert Ammons e Pete Johnson. Seu estilo de tocar influenciou
toda uma geração de pianistas do Rock And
Roll com seu jeito alegre e vigoroso de tocar piano.
Abaixo seguem os links exemplificando cada parágrafo acima, nada adianta ler sem ouvir.
OBS: Tudo que está escrito aqui é um hiper resumo e convém buscar por conta própria muitíssimas outras informações a respeito de cada parágrafo. Formular e responder questões, aprofundar o assunto, ir até as fontes e ampliar o conteúdo lido; é impossível abarcar todas as relações entre os fatos que aconteceram num blog, e aliás, o que mais sinceramente me interessa é que a partir disso vocês busquem e construam cada um a sua versão da história do Rock. Pedra que rola não cria limo!
Edinei Fábio de Vale (Funxo)
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