sábado, 9 de março de 2013

Os elementos que formaram o Rock (parte 2)


Hoje, sábado de chuva faremos uma viagem sobre os dormentes do Boogie Woogie, iremos até os Alpes suíços ouvir o “iodeley” e desceremos novamente para a África incorporando seus rituais hereges de vudu em prol do Rock and Roll. Tomem seus lugares (e fones de ouvido, obviamente).

 No Country foi Jimmie Rodgers que assimilou o “yodel” dos alpes suíços e escreveu suas baladas fazendo uma síntese entre Folk e Rural Blues dando origem ao rótulo Country and Western (C&W). A Carter Family gravou tradicionais baladas anglo saxãs, hinos e outras melodias eclesiásticas com acompanhamento de violão e harpa, essa música interiorana e considerada caipira foi batizada de Hillbilly.
            No final dos anos 40 no oeste dos Estados Unidos, Bob Wills and his Texas Playboys criaram um conjunto cuja formação básica era: rabeca, guitarra elétrica, baixo, bateria, steel guitar, piano e sax tenor; ao mesmo tempo Hank Williams cantava todas as experiências e emoções do cotidiano das pessoas comuns incluindo relatos sobre amores perdidos, infidelidade sexual e bebedeiras. No início da década de 1950 alguns jovens inspirados por Williams incorporaram “a batida” na autêntica música Country dando origem ao Rockabilly - uma síntese entre O Country, Blues e R&B com violão, guitarra, baixo, bateria e voz – e estava pronto mais um elemento que formaria o Rock.
            O Gospel teve início por volta de 1800 onde negros já cantavam hinos protestantes europeus a seu modo – incluindo a blue note – e transformando esses hinos brancos em canções religiosas negras. Essas canções foram chamadas de “Palavra de Deus” ou em inglês, “Godspeel” que por uma deturpação acabaram sendo chamadas de Gospel. Além de serem acompanhadas de piano ou órgão nas igrejas muitas vezes alguém cantava solo ou usava o esquema de chamada e resposta onde a congregação respondia. Eram frequentemente incorporados nesses cultos de adoração ao Senhor gritos e gestos exaltados com raízes nos rituais de vudu e também com um inglês denominado “black english”.
            A influência jazzística se deu pelo estilo chamado Boogie Woogie. Derivado do Ragtime, o Boogie Woogie foi o estilo que mais contribuiu diretamente com o Rock. Um estilo simplificado, virtuosístico e cheio de espaços para improvisação seu nome vem de “bogey” que quer dizer espírito e, “woogie” que são os dormentes que unem os trilhos de uma ferrovia – representados musicalmente pela marcação furiosa em semínimas que lembra muito o barulho de um trem.
            Seu maior representante e aspirante a rei do Rock foi Fats Domino, um pianista de New Orleans que iniciou seus estudos aos nove anos de idade com seu tio guitarrista de Jazz. Apesar de ser considerado um artista de R&B seu estilo de tocar piano foi influenciado por músicos como Meade Lux Lewis, Albert Ammons e Pete Johnson. Seu estilo de tocar influenciou toda uma geração de pianistas do Rock And Roll com seu jeito alegre e vigoroso de tocar piano.

Abaixo seguem os links exemplificando cada parágrafo acima, nada adianta ler sem ouvir.







OBS: Tudo que está escrito aqui é um hiper resumo e convém buscar por conta própria muitíssimas outras informações a respeito de cada parágrafo. Formular e responder questões, aprofundar o assunto, ir até as fontes e ampliar o conteúdo lido; é impossível abarcar todas as relações entre os fatos que aconteceram num blog, e aliás, o que mais sinceramente me interessa é que a partir disso vocês busquem e construam cada um a sua versão da história do Rock. Pedra que rola não cria limo!

                                                                                    Edinei Fábio de Vale (Funxo)

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